Como e onde são feitas as Wayuu bags (La Guajira parte 1)



Comprei essa preta pra mim


Esse post eu dedico à minha mãe porque foi ela quem, quando esteve aqui em Bogotá, insistiu: Dani, você tem que descobrir onde são feitas essas bolsas colombianas. Elas são lindas e mulheres do mundo todo usam!” Verdade, olha quem já foi vista com uma por aí...



Minha mãe sempre foi uma apaixonada por artes manuais. Ela faz o bordado mais bonito que eu já vi...

Necessaire

Carteira

Body para bebê

Ela pinta porcelana e faiança

Esse vaso dela eu trouxe pra minha casa colombiana!


E ela faz brigadeiro melhor do que eu 😱😱😱

E conselho de mãe é aquela coisa, né? Se a gente não escuta... Vira praga 😂😂😂. Então, lá fui eu pesquisar onde são produzidas as famosas mochilas. Vi que a tribo Wayuu ficava entre o estado de La Guajira, na Colômbia, e o estado de Zulia, na Venezuela. Aproveitei um feriado em que minha sogra estaria aqui na Colômbia para cuidar das meninas e me mandei pro norte do país com o maridão.

Meu primeiro dia foi na aldeia! Depois, em outros dois posts, vou contar sobre outros lugares paradisíacos que visitamos lá também. Voamos de Bogotá a Riohacha, capital de La Gajira, por uma hora e meia. Chegamos no hotel por volta de meio dia e sairíamos para a rancheria Wayuu às 2h30. Como estávamos hospedados em frente à praia, demos uma volta e almoçamos.

Vista do hotel em Riohacha

Comemos os melhores peixes da vida nesses dias 

Ao chegarmos à rancheria, fomos acomodados em redes onde esperaríamos Maribel, a jovem que nos contaria sobre a sua cultura.



Ela nos caracterizou com a pintura indígena e nos deu um chá gelado de panela (uma espécie de rapadura).






Maribel contou que a menina Wayuu quando menstrua faz um retiro com sua avó materna por alguns meses. Lá, ela fica por dois dias apenas tomando água, tem o cabelo cortado ou raspado, e passa por rituais que lhe mostram que ela deixou de ser criança e se tornou mulher. Quando regressa, está apta a se casar.

A partir daí se algum jovem se interessar por ela, deverá se dirigir ao seu tio materno para negociar o dote. Ela pode, no entanto, dizer que não está interessada. Mas, caso esteja, é o cara quem se muda para morar com a família dela. É uma cultura matriarcal. Ainda que o homem possa se casar com mais de uma mulher... Nesse caso, ele vive com uma e as outras o visitam.

As crianças vão à escola a partir dos 5 anos e podem, como Maribel, fazer faculdade. A jovem acabou de terminar o curso de administração hoteleira. No tempo livre, os pequenos aprendem a fazer artesanatos como bolsas, sapatos, cintos... Não tem lei que proíba o trabalho infantil, faz parte da cultura. E as niñas parecem felizes e orgulhosas de suas artesanias.





Conhecemos Vanessa, filha da chefe da tribo, Cecilia Acosta (la maestra de las maestras).



Foi ela quem nos mostrou que as mochilas feitas ali são de qualidade superior às de fora. Além de usarem o melhor fio – da marca Miratex, segundo ela – o trançado e a costura são diferentes, mais presos. “Aqui somos ensinados que, mesmo que demore mais, temos que fazer um produto de qualidade, que não vá rasgar no primeiro mês”. Explicou também que as bolsas são elaboradas, durante uma semana, em três partes: el cuerpo, la tira y la gasa. O tear, usado para fazer a alça, normalmente é manuseado por homens, por exigir força.

Aqui, ainda sem a alça



Mesmo assim, o preço na aldeia ainda é em conta, varia entre 65 e 85 mil pesos  colombianos (65 e 85 reais). Em Uribia, um município perto da rancheria, conhecido como a capital indígena da Colômbia, encontra-se mais baratas, a 40 ou 50 mil pesos. Mas a qualidade é inferior. Já no aeroporto, a cotação está em torno de 150 mil pesos. E aqui em Bogotá, dá para achar entre 80 e 100 mil.

As originais só são encontradas ou na própria tribo ou em feiras internacionais em que elas expõem como a de Medellín, em Abril, e a de Bogotá, em dezembro. O resto é Tabajara...

Aqui, as da tribo...




Dessas pequenininhas eu trouxe pras minhas filhas

Outros produtos deles...






E na feirinha da praça de Uribia





No final do dia, fomos presenteados com uma apresentação de dança típica Wayuu!




E fomos convidados a participar... Gente, meu marido é tão fofo que ele quis me poupar do vexame que seria mostrar todo o meu molejo e me filmou assim... É muito amor!


Pra terminar esse dia delicioso, voltamos ao hotel para contemplarmos esse por do sol inesquecível...





Comentários

  1. Amigaaaaa tá perfeito! Muito divertido! Super adorei!

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  2. Que estudo lindo esse seu dani! A cultura é completamente diferente de tudo que já ouvi falar! 😱 Estou pasma, além de tudo, nunca imaginei que as bolsas demoravam uma semana pra serem concluídas e ainda custam mais baratas que as que vendem na capital! Quanta dedicação!

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