Entendi porque foi eleito o melhor restaurante de comida colombiana da América Latina
O livro |
Biriba, meu
marido, adora cozinhar. Não é de livros nem de cursos, mas de misturar
ingredientes e fazer coisas gostosas meio que do nada. Conheceu aqui o Marco,
brasileiro que, como nós, acabou de chegar a Bogotá com a família. Final de
semana passado fomos um dia pra casa deles às 5 da tarde, com as crianças. Uma
hora, de relance, olhei o relógio da cozinha. Marcava 23h30. Susto. Juro que
pensei que fossem umas 20h. Papo bom, comida e bebida boas, companhia delícia, o
tempo voou.
Nesse meio
tempo, Marco cozinhou uma costela até desfiar e, com o caldo, fez uma sopa de
cebola. Também assou uns pãezinhos com queijo parmesão. Comemos a beira da
lareira acesa. Perfeito pro friozinho bogotano.
Pausa pra
uma curiosidade. Quando se fala em Colômbia, todo mundo pensa em calor. De
fato, em muitas cidades daqui faz calor a maior parte do tempo (Cartagena, Medellin,
Cali), mas Bogotá fica no alto (2600 m de altitude) e faz mais frio. Em
fevereiro deste ano tivemos a maior temperatura da história...
Enquanto
comíamos, contei que tínhamos ido a um restaurante incrível uns dias antes, no
centro da cidade, o Leo, da chef Leonora Espinosa. Biriba saiu de lá dizendo que
nunca tinha comido um peixe tão saboroso.
Envuelto de pescado, arroz titoté, caracol |
A minha
sobremesa também estava um coisa de outro mundo. Porque não é só o gosto que é
bom, as texturas são uma loucura...
Outra coisa
que nos chamou muito a atenção ali foi o serviço. Porque apesar de os
colombianos (incluindo os garçons) serem muito simpáticos, o serviço por aqui é
bem ruim. E lá o garçom que nos serviu a noite toda, além de ser super querido,
era de uma eficiência em explicar todos os pratos em detalhes e de se
certificar de que estava tudo como a gente queria... De deixar SP e NY no
chinelo.
Enquanto a
gente contava tudo, Marco lembrou que tinha ganhado um livro de uma chef
colombiana. "Vê se o livro não é da chef desse restaurante que vocês foram"...
Bingo.
Peguei a publicação emprestada. Ao folheá-la dá pra perceber que ela preza pelo
perfeccionismo em tudo. Além da comida ser deliciosa e o serviço primoroso, o
livro também é lindo. Cada foto de tirar o fôlego... A história dela, da filha
que é sommelier, da fundação que elas têm.
Os vinhos que tomamos...
Ontem fiquei pensando achei
que ela merecia um post, afinal seria uma ótima dica de programa pra essa sexta
à noite. Resolvi ligar no restaurante pra bater um papo com a Leo e entender um
pouco mais a sua história. Percebi que é uma mulher guerreira e que tem orgulho
das coisas que conquistou.
Invariavelmente,
ela voltava a falar da Funleo. A fundação, que ela criou e é dirigida por sua filha,
busca empoderar as comunidades colombianas, preservar sua cultura e construir
sua identidade, principalmente gastronômica. Por isso, percebemos tanto em seus
pratos a presença da culinária indígena e afro colombiana. Aqui, alguns sabores que provamos...
Quando
conto que cheguei a ela porque a vi como ganhadora do prêmio de melhor restaurante colombiano da revista La Barra, ela me interrompe: “Antes
disso, entrei na lista dos 50
melhores da América Latina, fiquei em 16o.” O restaurante brasileiro
Dom, de Alex Atala, ficou em 3o. As seleções de 2017 e 2018 serão
feitas aqui em Bogotá, em setembro. Aguardemos! Enquanto isso, mais um pouquinho do Leo, pra te dar vontade... Fica na calle 27B #6-75
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